São Paulo vai integrar Sistema Cantareira e bacia do Paraíba do Sul

O governador Geraldo Alckmin anunciou nesta quarta-feira, 19 de março, uma obra de integração entre o Sistema Cantareira e a represa Jaguari, localizada em Igaratá, na bacia Paraíba do Sul. A medida permitirá a transferência de água entre os dois reservatórios e vai aumentar a segurança no abastecimento da população paulista.

A transferência será feita quando houver sobra na bacia do Paraíba do Sul ou no Sistema Cantareira. Neste caso, a água de um reservatório poderá ser bombeada para o outro, como explica o governador. “Nossa proposta é interligar a represa Jaguari com a represa do sistema Cantareira, com uma regra operadora. Toda vez que o Cantareira baixar 35% você bombeia a água da Jaguari para o Cantareira. Toda vez que sobrar agua, você pega essa água e guarda, bombeia e armazena no Cantareira. O inverso também vale”.

A iniciativa será executada pela Sabesp e permitirá o melhor aproveitamento da água armazenada nas diversas represas da macrometrópole formada pelas Regiões Metropolitanas de São Paulo, Campinas, Baixada Santista e Vale do Paraíba e pela região de Sorocaba.

Um túnel de 15 km de extensão será construído para ligar a represa Atibainha, em Nazaré Paulista – parte do Sistema Cantareira -, e a represa Jaguari, na cidade de Igaratá, na bacia do Paraíba do Sul. Por esse túnel serão bombeados 5.130 litros de água por segundo, em média. A obra será executada em 14 meses, iniciados depois da outorga (autorização de transferência), o licenciamento ambiental e as liberações da ANA (Agência Nacional de Águas) e da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

A represa Jaguari de Igaratá tem capacidade para 1,2 bilhão de metros cúbicos de água. Sozinha ela armazena 20% mais água do que os quatro reservatórios do Cantareira. Hoje, a Jaguari alimenta o rio Paraíba do Sul, situação que não será afetada pela nova obra. A novidade é que a represa poderá também receber ou enviar água para o Sistema Cantareira.

Sistema São Lourenço

Além da integração entre a bacia do Paraíba do Sul e o Sistema Cantareira, o Governo do Estado possui outra obra de grande porte em andamento para garantir a segurança no abastecimento da população. O novo Sistema São Lourenço vai gerar mais 4.700 litros de água por segundo, volume suficiente para abastecer 1,5 milhão de moradores do oeste da Grande São Paulo, que compreende as cidades de Barueri, Carapicuíba, Cotia, Itapevi, Jandira, Santana de Parnaíba e Vargem Grande Paulista. O investimento de R$ 2,21 bilhões já está contratado e deve ficar pronto em 2018. A iniciativa vai buscar água na represa Cachoeira do França, em Ibiúna, e transportá-la por 80 km de tubulações.

Atualmente, as oito grandes estações de tratamento de água que abastecem a Grande SP têm capacidade instalada para produzir 73 mil litros a cada segundo. Com a entrada do Sistema São Lourenço, esse volume chegará a 77.700 L/s. Os 5.130 litros que poderão ser transferidos da represa de Igaratá para o Cantareira não vão expandir a capacidade de tratamento, mas vão ampliar o volume disponível no sistema, o que aumenta a segurança no abastecimento.

Integração de sistemas de abastecimentos existe há décadas

Entre os anos de 1995 e 2013, a Sabesp investiu quase R$ 10 bilhões para ampliar o abastecimento de água na Grande São Paulo. Foram mais de 15,6 mil litros de água por segundo para abastecer  uma população equivalente a duas capitais juntas: Salvador e Fortaleza.

Há 40 anos, a Empresa trabalha na integração e ampliação dos sistemas produtores. Foi assim com o  Alto Tietê que ganhou mais 10 mil litros por segundo, em 2011, e no Rio Grande que teve acréscimo de 500 litros a cada segundo, flexibilizando ainda mais a transferência de água entre as regiões. Em manutenções preventivas, estratégias operacionais similares são utilizadas para que um sistema possa atender o outro.

Vale lembrar que outros R$ 2,21 bilhões são aplicados no sistema São Lourenço que acrescentará 4,7 mil litros de água por segundo para abastecer 1,5 milhão de moradores da Grande São Paulo.

Além das obras, a Empresa investe em soluções e tecnologias para reutilizar a água proveniente do tratamento de esgotos, conhecida como água de reúso, programas e campanhas de economia de água que existem desde 1994 e já reduziram o consumo per capita de água na Região Metropolitana.